domingo, 30 de maio de 2010






Quinta feira foi dia de assinar o contrato da bolsa no Centro de Treinamento D. João Batista às 9h.Na parte da manhã ocorreu a instrução sobre o processo de prestação de contas, a apresentação e assinatura dos termos de compromisso e serão repassadas todas as informações relevantes para o bom andamento dos trabalhos de cada bolsista.

Na reunião fui junto com meu orientador Paulo de Barros. O mais interessante ( pesar da chuva que inundou todo o dia - cheguei ensopada...huahauhau...junto com a Galera da Prego) foi a diversidade de projetos e encontrar antigos e novos amigos.O que dá um animo novo ao projeto. Depois do almoço, também no Centro de Treinamento, houve um evento de lançamento das Revistas do Programa no Palácio Anchieta.


Agora é só começar a fotografar, essa foto postada hj já uma das saídas que fiz de ônibus, antes do resultado do projeto nas mediações da BR 101 na Serra . Já comprei um mapa do ES e provavelmente antes de pegar a estrada para o interior começarei pela Rodovia do Contorno juntamente com meu grande amigo e fotógrafo Denilson Lima .

Agora é fé em Deus e pé na tábua.


sábado, 22 de maio de 2010

O PROJETO ROTA 101/ES trata-se um trabalho de pesquisa em fotografia dos diferentes contextos sociais, culturais e geográficos que circundam uma das principais rodovias do Estado do Espírito Santo e seu entorno a BR 101. A Rodovia BR-101, denominada translitorânea, é uma rodovia federal longitudinal do Brasil. Seu ponto inicial está localizado na cidade de Touros (RN), e o final em São José do Norte (RS). Atravessa os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Esta escolha se deu, não só pela sua importância em âmbito federal, mas por entre cortar todo o território do Estado do Espírito Santo, possuindo em terras capixabas 458 km de extensão.

Foto de Segunda feira

O presente projeto nasce em sintonia com as minhas preocupações e trajetória como fotografa. Em viagens tenho me dedicado a documentar situações de “beira de estrada”, registrando os diferentes ambientes e espaços de populações que surgem neste caminho/lugar de passagem. Este Projeto irá percorrer uma rota pré-definida seguindo de norte a sul a rodovia 101/ES, passando por importantes regiões geo-sócio-econômicas de nosso Estado.

A rota foi planejada priorizando a rodovia com maior fluxo de passageiros e cargas, hoje, especificamente, a Estrada de Contorno de Vitória é o principal corredor de transporte do Estado, ligando o Sudeste ao Nordeste do País pela BR-10, já que o volume médio diário é de 12 mil veículos, sendo 60% de veículos pesados, sem deixar de percorrer estradas de terra transversais de importância regional.
Feliz ano novo!

Além da estrada em si, será documentada a vida e as relações das pessoas que vivem e trabalham nas margens deste lugar de passagem, sejam motoristas, comerciantes, andarilhos e outros. Outra discussão deste trabalho é o registro das paisagens, na ótica de quem trafega pela rodovia. Será uma oportunidade de retratar a imensa diversidade cultural do nosso Estado através das importantes vias onde circulam nossas riquezas humanas e materiais com suas sutilezas e especificidades.

Tempos de respirar!

Outra discussão que desejo trazer com este trabalho fotográfico é a relação de pertencimento e identidade com o espaço ocupado, cada lugarejo possui sua especificidade, mas se faz única, na medida, em que, esta diversidade de influências culturais e sociais estão no mesmo contexto geo-econômico-social - no Estado do Espírito Santo. A rodovia é cercada por diferentes comunidades que sofrem inúmeras interferências por estar neste “lugar de passagem”: a ocupação desordenada, da especulação comercial e industrial, a relação direta e indireta destas comunidades com a rodovia e o acesso aos bens e serviços públicos.


“Assim, para a maioria dos capixabas é impossível afirmar uma única descendência étnica. Ao contrário, toda sua afirmativa se coloca na possibilidade de afirmar sua pluralidade fundada num intenso movimento migratório e miscigenador. Nessa circularidade cultural, firmada na prática e no tácito, se fundiram portugueses, alemães, prussianos, pomeranos, hanoverianos, italianos, libaneses, turcos, poloneses, índios, mineiros, fluminenses, cearenses, negros africanos entre outros. Participantes de uma realidade histórica surpreendentemente variada, na qual todos partilhavam o desejo de ultrapassar os muros invisíveis do sofrimento, da distância da terra natal, do sentimento de impermanência.” (DADALTO. Maria C. Os rastros da diversidade da identidade capixaba. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição Especial de Lançamento, n.01, v.1, Abril. 2007. pp.57-74.)

8 DE MARÇO

Esse trabalho fotográfico, portanto quer contribuir com uma visualidade que permita uma discussão sobre uma rodovia pela qual perpassa diversos municípios e lugares, pessoas, gestos sonhos e trabalho, que em comum tem o transito, a passagem, o caminho comum da BR 101.


Em pesquisa do tema a ser tratado, tive acesso a um dado que ressalta a particularidade deste trabalho. No ano 2012, serão iniciadas as obras de duplicação e restauração de toda a rodovia, posteriormente, dando continuidade a este trabalho, desejo contrapor o impacto das transformações que sofreram essa paisagem que cobre uma área que vai de norte a sul do Estado, destacando também os fatores que contribuíram para estas transformações não só da Rodovia em si, mas na vida desta população que vive da/na beira da estrada.

Se meu mundo cair

O Projeto envolverá uma pequena equipe de trabalho, que se envolverá nas diferentes etapas do processo de registro, em algumas trajetos do percurso será feito um making off da produção fotográfica em vídeo.

A idéia do projeto é que as imagens fotográficas possam contar um pouco de cada ambiente que faz parte do caminho percorrido, e principalmente sobre diversidade cultural do estado do Espírito Santo em suas diferentes localidades. Este trabalho é uma provocação para um novo olhar frente à realidade de “beira de estrada”.


O Orientador escolhido é o Antropólogo Paulo de Barros. Foi professor na Universidade Federal do Espírito Santo e atualmente leciona disciplinas no Curso de Fotografia da Universidade de Vila Velha. Paulo de Barros fez mestrado em Antropologia e Comunicação Audiovisual, a sua escolha como orientador deste trabalho não se deu apenas pela sua formação acadêmica, mas por sua experiência e pesquisa nas áreas de Antropologia Visual, Fotografia e Arte Contemporânea.